quinta-feira, 2 de julho de 2020

Herança ligada ao Sexo



            Uma grande vantagem evolutiva para os seres vivos, com certeza foi a reprodução sexuada, pois esta proporciona um aumento considerável na diversidade genética das espécies, afinal ela ocorre pela união de genótipos de indivíduos diferentes, durante a fusão dos gametas masculinos e femininos.
            Na grande maioria dos animais, existem organismos machos, que produzem gametas masculinos e organismos fêmeas, que produzem gametas femininos e a união destes gametas forma um novo organismo com características herdadas dos dois.
            Essas espécies com sexos separados são denominadas de dioicas (do grego di, dois, e oikos, casa), cada sexo tem sua “casa”. Porém existem espécies com uma única “casa” para ambos os sexos, sendo denominadas de monoicas (do grego monos, um), assim um único indivíduo pouse a capacidade de produzir os dois gametas, masculino e feminino.
            Nas espécies dioicas o que torna um indivíduo macho ou fêmea é a atuação de seus genes correspondentes, que pode ser definido no momento exato da fecundação, pela combinação cromossômica dos gametas (caso dos mamíferos) ou influenciado pelo ambiente, como algumas espécies de lagarto, cuja temperatura determina a atuação de certos genes. Estes genes passam a atuar desenvolvendo o dimorfismo sexual entre macho e fêmea.
Cromossomos e Sexo
            O dimorfismo sexual entre muitos seres vivos ocorre devido a presença de cromossomos sexuais, cromossomos específicos para o sexo biológico do organismo (macho e fêmea). Os outros pares de cromossomos são equivalentes tanto na fêmea quanto no macho, sendo denominados de autossomos.
            Na maioria dos seres vivos, seus gametas possuem apenas metade dos cromossomos, sendo denominados de haploides (n) e nas células somáticas, aquelas que formam todo o organismo vivo possuem o dobro dos cromossomos, sendo denominadas de diploides (2n). Exemplo: nos seres humanos temos 46 cromossomos nas células somáticas, ou 23 pares, já nos gametas (espermatozoides e óvulos) temos 23 cromossomos apenas.
            Isso é de suma importância, pois quando ocorre a fecundação (união de espermatozoide com óvulo) as células voltam a ser diploides.
Sistemas Cromossômicos de Determinação do Sexo
            Nos organismos dioicos, um deles é responsável pela determinação do sexo. Para isso ocorrer um indivíduo possui sexo homogamético, produz somente gametas sexuais iguais, e o outro possui sexo heterogamético, produz gametas sexuais diferentes. Por exemplo na espécie humana, a mulher só produz gametas X, pois seus cromossomos sexuais são XX, já o homem produz dois tipos de gametas sexuais, o X e o Y, pois seus cromossomos sexuais são XY.


SISTEMA XY
            Neste sistema de determinação cromossômica do sexo, a fêmea possui cromossomos sexuais homólogos X, enquanto que o macho possui um cromossomo sexual X semelhante ao da fêmea e um exclusivo, o Y.
            Ocorre em diversos tipos de insetos, nos mamíferos, incluindo nós seres humanos, em diversos peixes e até algumas plantas.

SISTEMA X0
            Neste sistema, comum em alguns insetos, como gafanhotos. As fêmeas possuem dois cromossomos sexuais homólogos XX e os machos possuem somente um cromossomo, o X, sendo o outro ausente. Então as fêmeas são XX e os machos X0.


SISTEMA ZW e Z0
            Em algumas espécies de répteis, peixes e insetos, como mariposas e borboletas, que determina o sexo são as fêmeas e não os machos, ou seja, os machos possuem cromossomos sexuais homólogos ZZ e as fêmeas que possuem cromossomos sexuais diferenciados, sendo ZW ou Z0



 
Herança Ligada ao Sexo
            Os cromossomos sexuais X e Y não são iguais, o cromossomo X é maior e possui uma grande quantidade de genes responsáveis pela determinação de diversas características; já o Y por ser menor tem poucos genes.
            Os genes localizados no cromossomo X (ou Z) e não possuem correspondente no Y (ou W), possuem a denominada herança ligada ao cromossomo sexual. Nesta herança os descendentes do sexo masculino herdam os genes ligados ao X somente da mãe, pois o pai forneceu o Y; já as filhas herdam metade da mãe e metade do pai, assim o pai transmite os genes do cromossomo X somente para as filhas.

DALTONISMO
            Também chamada de cegueira das cores, pois a pessoa afetada não consegue distinguir algumas variações de cores existentes, é um tipo de herança ligada ao sexo, onde os genes envolvidos estão presentes no cromossomo X.
            O daltonismo é condicionado pelo alelo recessivo d, enquanto que o alelo dominante D, condiciona a visão normal.
Assim temos os possíveis genótipos:


            Nota-se que nos casos de herança ligada ao sexo, o homem possui maiores chances de herdar o fenótipo alterado, uma vez que ele possui apenas um cromossomo X em sua constituição.

HEMOFILIA
            Esta herança ligada ao sexo, está relacionada com a dificuldade na coagulação sanguínea, ou seja, um corte demora para parar de sangrar, ou nem para.
            Também está ligada ao cromossomo X, é condicionada pelo alelo recessivo h enquanto que seu alelo dominante H determina a coagulação normal do sangue.

            Nota-se que é parecido com o daltonismo, no quesito distribuição e possibilidade de manifestação.
HERANÇA INFLUENCIADA EPELO SEXO
            São condições genéticas na qual determinadas manifestações de genes ocorrem, contudo estes não estão presentes nos cromossomos sexuais, mas, o cromossomo sexual presente ou não afeta a manifestação desses genes.
            Quando um gene age dominante em um sexo, mas recessivo em outro, é considerado que é uma herança ligada ao sexo.
            Um bom exemplo é a calvície, quando os genes são homozigotos dominantes, ambos os sexos manifestam a calvície e quando são homozigotos recessivos, ambos os sexos não manifestam; contudo, quando ocorre a heterozigose, somente os homens manifestam a calvície.


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